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Livros para adiar o fim do mundo

Um cantinho para "falar" de livros, para trocar ideias, para descobrir o próximo livro a ler.

Um cantinho para "falar" de livros, para trocar ideias, para descobrir o próximo livro a ler.

Livros para adiar o fim do mundo

29
Abr21

#23/2021 - Ecologia, Joana Bértolo - o bom, o mau e o não se sabe bem.

livrosparaadiarofimdomundo

Wook.pt - Ecologia

Editora Caminho

Páginas - 504

O bom:

  • a capa, é lindíssima.
  • a qualidade do papel;
  • a ideia original do livro: criar uma distopia, na qual, num futuro não muito longínquo, teríamos de pagar pelas palavras, a forma como se chega à implementação de um plano para a humanidade através da criação de um clima de medo, como forma de levar as pessoas a aderirem mansamente ao que lhes é imposto;
  • a ideia da mulher-eco, como gadget perfeitamente inútil, espelho da vacuidade e da vaidade;
  • a diversificação dos modos do discurso verdadeira carnavalização da literatura, o pastiche, a paródia, o intertexto;
  • o trabalho por trás do livro, a pesquisa, a composição, o conhecimento da autora;
  • a arrepiante atualidade, a forma quase oracular como o livro reflete a nossa realidade neste último ano e alguns meses;
  • a transcrição de notícias reais, de aparente surrealismo, mas a acontecerem nos dias de hoje, em que, quem tem dinheiro se permite prazeres e gostos absurdos, só porque são compráveis e têm um preço;
  • algumas passagens do livro, pérolas da linguagem, frases musicais, ritmadas, surpreendentes;
  • a intenção, ou pelo mesmo, o valor pedagógico do livro, grito  no meio da cacofonia presente, chamada de atenção para o rsico em que efetivamente vivemos.
  • já disse a ideia que dá origem ao livro?

____________________________________________________________________________________________________

O mau:

  • a extensão do livro, são páginas, senhores, páginas e páginas, não era preciso tanto, mais nem sempre é valor;
  • a dispersão da história, embora a contemporaneidade tenha trazido a desagregação da narrativa, formas surprrendentes de "montagem", mais ou menos fragmentárias, mais ou menos elípticas, menos menos lineares, é preciso um fio, é preciso uma ideia, é preciso um desenlace, mesmo que sob a forma do final aberto, a narrativa que não se fecha sobre si mesmo, mas sentir que se faz sentido;
  • a desagregação das próprias personagens, nenhuma delas verdadeiramente inesquecível, nenhuma delas verdadeiramente autêntica, todas erráticas, todas amputadas de uma humanidade que, às vezes, nos leva a apaixonarmo-nos, a sofrermos, a vivermos a vida de outrém só porque a personagem romanesca se ergue perante nós, esmagadoramente concreta, ainda que tecida de palavras;
  • a narrativa errática, confusa, redundante, prolixa -  é isso prolixa;
  • o virtuosismo quase barroco, o gongorismo, o cultismo, sem chegar a atingir o concetismo, a concetualização, redundando quase numa opacidade desnecessária;
  • o excesso de recursos sem evidente significado na obra, a não ser a mera acumulação.
  • a oportunidade quase perdida enquanto distopia, tanto, tanto que se podia fazer com a questão da linguagem...

____________________________________________________________________________________________________

O não se sabe bem

  • o entusiasmo, o fascínio com que se começa esta leitura;
  • o aborrecimento a que se chega a meio da narrativa, questionado-se constantemente, mas para onde é que isto vai?
  • apesar de tudo, o levar a aleitura até ao fim...
  • leiam e venham cá contar-me o que acharam;
  • foi a obra discutida na última sessão do clube de leitura e, em resumo, disse-se aquilo que aqui resumo, não houve consenso, mas o partido do não tinha mais eleitores.
28
Abr21

O vício do sábado à tarde - episódio 1

livrosparaadiarofimdomundo

Quando era criança, não havia livros em minha casa. Nem um! Havia uma revista que, agora que a lembro, devia ter sido publicada logo após o 25 de abril, porque tinha umas caricaturas muito pouco abonatórias com figuras da igreja e da política e havia nessas caricaturas qualquer coisa que me deixavam perplexa, porque havia roupa mal composta e o vislumbre de uns rabos anafados. Perdi-lhe o rasto, não sei onde mora, não sei o que foi feito dela, suponho que tenha perecido num dos dias em que a minha mãe teve uns ataques de limpezite aguda que, hoje, são finos e se chamam destralhar. Antes disso, já a minha mãe destralhava e nunca se sabia bem avaliar os prejuízos desses dias. Às vezes, só nos apercebíamos tarde demais e os nosso tesouros desapareciam.

Anos mais tarde, houve um livro em formato A3, com capa dura, cor de terra argilosa, que foi oferta ao meu pai. Dele recordo uma biografia breve de Bevenuto Cellini, cujo busto observei extasiada na ponte em Florença, ainda presa do mesmo fascínio que essas páginas imprimiram em mim. Havia também, nas últimas páginas, a transcrição do conto de Eça de Queirós, O suave milagre, que continua a ser das minhas páginas favoritas deste autor, creio que devido a essa leitura precoce e solitária, feita de uma descoberta casual.

Depois, li na escola, acidentalmente, A fada Oriana, de Sophia. Depois, ainda, uma tia minha de Lisboa, ofereceu-me um livro de Enid Blyton, O mistério da gata desaparecida. A partir daí, comecei a pedir livros aos meus pais. A minha mãe era uma mãe exigente e achava sempre - no seu imenso amor - que eu ainda não tinha atingido a perfeição que ela tinha imaginado para mim e, para me incentivar a atingir os padrões de excelência que tinha, prometeu-me que me comprava um livro se eu me portasse bem. A minha biblioteca pessoal nasceu assim, dessa promessa e de todo o dinheiro que eu conseguia angariar. 

Quando olho para trás, para essa infância, vejo que, de alguma forma ela foi imensamente abençoada. Desde o chocolate com a mercearia do sábado - éramos quatro e havia um para cada um. Podia ser um chocolate com creme de fruta, não me lembro do nome, mas lembro que o meu preferido era o de laranja, podia ser o da Regina, que ainda se vende, mas que já não tem o sabor que a nostalgia e a memória lhe deram, podia ser o guarda-chuva com papel colorida, cujas "pratinhas" colecionávamos e guardávamos em encantamento. Eram também os bolos da praça, entre um bolo redondo, amarelado, macio, e a ferradura. Eram empre quatro e nós escolhíamos. Os meus pais sempre nos mimaram assim. Graças ao meu gosto pelos livros, passei a ter um mimo extra - o livro ao fim de semana.

O sábado à tarde era o dia da missa connosco. Muitas vezes, à boleia de tios - os meus pais tiveram automóvel muito tarde. Em frente à Igreja, havia uma papelaria-livraria. Juro que, às vezes, a visito de novo em sonhos. Ainda consigo descrever pormenorizadamente o balcão, com uma vitrine inferior em vidroa,onde estava exposto o materila escolar. À direita de quem entrava, havia uma prateleira, diminuta, onde estavam os livros, e que dividia a loja em dois, porque, por trás da estante havia a parte das loiças, que também aí eram vendidas. Mas nunca transpus essa fronteira, tinha muito medo de deitar alguma coisa ao chão. Ainda hoje, sinto o mesmo terror em lojas de loiças. Era aí que, depois da missa, enquanto os outros se iam arrumando no carro e se tinham as últimas conversas, que eu comprava o livro da semana. Corria pelo adro abaixo, levava o dinheiro na mão e comprava o livro. Fazia coleções, portanto, não havia verdadeiramente escolha, era um dos números que me faltava na coleção que estava a ler. Levei pouco tempo a esgotar toda a Enid Blyton, a minha primeira autora de eleição.

Chegada a casa, se não fosse sábado de Festival da Canção, ou melhor ainda, de Festival Eurovisão da Canção, lia o livro de um fôlego. Havia dias em que não conseguia antes de dormir e, se havia coisa que aminha mãe não permitia - de todo, com direito a castigos físicos - era a leitura antes de dormir. Totalmente proibida. Assim fiz a minha primeira transgressão. Depois de todos se deitarem, levantava-me e ia esconder-me atrás do móvel da televisão, porque a minha mãe deixava uma luz acesa durante a noite - tínhamos um medo atávico do escuro - para não termos medo. Atrás do móvel, no círculo de luz desenhado pelo globo branco de vidro martelado do candeeiro, lia até à última página. Simplesmente não conseguia esperar. Algumas noites, o meu levantava-se para ir à casa de banho, via-me a ler e não dizia nada, mas, quando regressava, ouvia-o falar em voz baixa com a minha mãe e, daí a instantes, o furacão Celeste surgia apocalíptico junto de mim, o livro voava pelos ares, eu era enfiada à força na cama e obrigada a dormir. Umas vezes, adormecia, outras, esperava sorrateiramente, levantava-me de novo e voltava exatamente ao mesmo sítio para terminar a leitura. A minha mãe às vezes tinha requintes de malvadez e levava o livro com ela. Eu lia no limite, mas ir buscar o livro ao quarto dela, seria suicídio. Os miúdos de hoje não sabem o que é correr riscos para terem um gosto.

Nos dias restantes da semana, relia o livro, aquele e outros que ia colecionando. Esta é a melhor recordação da minha infância, os meus livros, comprados ao sábado à tarde. Atingi o pico da felicidade, quando a minha mãe mandou fazer uma prateleira branca para colocar por cima da minha cama, para eu arrumar os meus livros. Desde essse dia, luto sempre com falta de espaço para arrumar livros.

Wook.pt - Os Cinco na Ilha do Tesouro O Mistério da Gata Desaparecida  Wook.pt - As Gémeas no Colégio de Santa Clara

13
Abr21

Dia Internacional do Beijo - foi com um beijo que a minha vida começou

livrosparaadiarofimdomundo

A profissão que tenho e que me define. Quando penso no que gostaria de ser quando fosse grande, continua a trazer-me até aqui.

A superação de todos os demónios de uma adolescência infeliz, com baixa autoestima - nesse tempo ainda não havia, mas primeiro veio a coisa e só depois o nome. A aceitação do que sou e até a descoberta de que há em mim coisas que podem ser amadas.

O amor, efetivamente. Como diz Julian Barnes, essa coisa é que é linda, a única história.

Os filhos. Essa forma de nos darmos os últimos retoques já fora de nós, essa perplexidade de nos ser revelado que estamos ali e ali persistiremos até que a descendência o permita.

A realização. A serenidade. A felicidade. O lar dentro da casa. O casamento dentro do contrato. A família como resultado da multiplicação de um número.

A aventura. O companheirismo. A amizade. A parte de mim que, estando longe, está perto.

Tudo o que prezo na vida, tudo o que sou, tudo o que valho, tudo o que significo, começou com um beijo. As palavras vieram depois.

 

11
Abr21

#12/2021 - Um tambor diferente, William Melvey Kelley: aprendermos a caminhar ao som da nossa melodia interior

livrosparaadiarofimdomundo

Um Tambor Diferente

Quetzal Editores

265 páginas

Este romance foi o segundo que comprei na ida a uma livraria física - já sabem, adoro, blá, blá, confinamento, blá, blá, blá, isto nunca mais acaba, blá, blá, tinha pensado ir este fim de semana, blá, blá, blá, fecha tudo até às 13:00. Não fui, mas li, talvez tenha ficado a ganhar.

Já tinha ouvido falar deste livro quando saiu em Portugal e o canto de sereia tinha sido a frase: "O gigante perdido da literatura americana.", o que fez lembrar o Stoner, de John Williams. Quando peguei no livro, vi que o autor o tinha escrito com 24 anos, tendo sido desde logo aclamado pela crítica que o comparou a Faulkner e a Baldwin. A curiosidade ficou ainda mais aguçada. Depois vi a sinopse: a ação decorre num estado segregado (ficcional) do sul da América, onde, inesperadamente, Tucker Caliban abandona simplesmente as suas terras, salgando-as antes de partir, abatendo os animais da sua quinta e incendiando a sua casa. É, na verdade, um ato de rebeldia não violenta, silenciosa, mas estridente ao ponto de causar ondas de choque que se perpetuam durante dias e dias. Compre, li, gostei e estou aqui a recomendar.

Apesar da sinpse tão interessante, o livro é muito pouco centrado neste episódio exato. A forma como a narrativa está estruturada fez-me muito lembrar Lincoln no Bardo, por causa de uma certa ingenuidade que enforma o relato, que é intencionalmente fragmentário. Na verdade, a narrativa resulta do relato de uma espécie de fio de memórias de algumas pessoas que conviveram com Tucker Caliban e que, longe de tentarem explicar o que ele fez, vão rememorando episódios do passado que nunca chegam a explicar diretamete o que ali sucedeu. Diria que o leitmotiv do romance é precisamente a forma como as personagens tentam perceber, sem nunca chegarem a uma explicação definitiva. Dessa perplexidade apenas fica os efeitos que estes gestos de Tuccker vêm a ter em todo o estado, originando um êxodo da população negra sem precedentes.

Um aspeto verdadeiramente interessante é que a questão racial - é disso que se está a falar, sem sombra de dúvida - não nos é dada nos parâmetros canónicos, é percecionada através do ponto de vista dos brancos e nem sequer são brancos arreigadamente racistas, são sulistas, mas progressivos, diremos assim, são brancos, mas palco de conflitos, são brancos, mas esperam também em expectativa para verem o grande acontecimento que fermenta por todo o estado.

Outro apontamento que considero estrutural é a forma como a omnipresença de Tucker nos é dada pela sua quase ausência. Aliás, a narrativa nunca assume o seu ponto de vista, não conheceremos as suas verdadeiras motivações. Ficam os gestos e o seu silência, um enigma como o da esfinge e é o mesmo texto oracular que dirige em surdina ao senhor Leland - apesar do nome, é uma criança, cujo ponto de vista é também assumido na narrativa. 

Outro aspeto ainda é a abertura do romance, absolutamente mítica, lendária. O antepassado de Tucker, chegado num navio negreiro à América, descrito como um verdadeiro titã, comprado à chegada Pelo General Dewey Willson, que o persegue pelo estado, tresloucado, numa caça ao homem em que tanto o perseguido como o que persegue se deleitam nesse jogo em que se medem as forças e a astúcia. É este Africano que é o tetravó de Tucker, enquanto Willson é o patriarca da família que tuteça os Caliban. Assim, a bertura do livro establece esta genealogia mítica, este sangue africano que pulsa nas veias de Tucker e que, para alguns, pode funcionar como uma explicação, um motivo.

Em termos literários, o livro é de uma modernidade surpreendente. Fragmentário, caleidoscópico, assentando em vários processos, entre eles o pastiche de vários textos, a paródia de diferentes discursos, diferentes pontos de vista, discurso ajustado à idade, educação e formação das personagens, o dialogismo dessas vozes que se erguem, não em coro,mas à sua vez para dar conta de uma trama que não é unívoca.

Um tambor diferente é, de facto, uma obra gigantesca que deve/merece ser resgatada do esquecimento: pela sua inegável qualidade literária, por ser a obra de um autor negro que a escreve aos 24 anos e que revela uma humanidade que a História havia de revelar em Nelson Mandela, por exemplo, pela sua atualidade, pela sua grandeza humana, por ser uma obra sobre a segregação que nos convida à reflexão, pela sua beleza, é um livro muito, muito belo.

07
Abr21

#11/2021 - As oitoMontanhas, Paolo Cognetti: histórias de quem vai e de quem fica.

livrosparaadiarofimdomundo

Wook.pt - As Oito Montanhas

Editora Dom Quixote

222 páginas

Olá, querido blog, já sentias a minha falta, não é? Pois, não tenho tido tempo, as desculpas de sempre, a forma como nos autossabotamos. Mas, em tempo de passagem e renascimento, cá estou eu a retomar o meu trabalho de Penélope: escrever/ler.

Há dias, tive de ir a Lisboa fazer um exame médico: uau um pretexto para fazer uma viagem longa, é como a sensação de nos levantarmos depois de muito tempo sentado, como quem vai esticar as pernas. Coincidiu com a reabertura das livrarias e resolvi passar pela Livraria Barata, na avenida de Roma, por causa de se ter falado nas dificuldades que tem atravessado. Que saudades de estar numa livraria, de pegar num livro, ler a sinopse, ficar com ele na mãos, ainda indecisa, depois pegar noutro, reconhecer um de que se ouviu falar, outro que se viu ser um lançamento significativo, daí a pouco ter um braçado de livros e ter de começar a excluí-los.

Foi assim que cheguei a este As oito montanhas. Normalmente, não vou atrás de prémios, mas eles não deixam de ser indicadores. É um romance bastante premiado, o escritor é jovem e reparte o seu tempo entre a cidade e uma casa que tem na montanha, a alguns mil metros de altitude. Acabei por me decidir por ele e não me vim a arrepender.

A história conduz-nos ao seio de relações desencontradas, entre um pai e um filho, entre homens e mulheres que de desencontram nas relações, entre dois amigos, cuja amizade sobrevive ao tempo e à distância. Tudo isto é tutelado pela montanha, pelas montanhas, inóspitas, fascinantes, desafio constante, mas terra natal de uma certa identidade. A família de Pietro aluga uma casa no sopé de uma montanha, numa aldeia recôndita, parada no tempo, estagnada num modo de vida ainda muito enraizado na terra e nos ritmos das estações. Para ali vão passar todos os verões, exilados da citadina Milão. Em Grana, Pietro conhece Bruno e ficam amigos para a vida.

O que o livro nos narra é sobretudo o pulsar da montanha, os carreiros íngremes, as neves eternas, os lagos gelados, a fauna e a flora das alturas, os abrigos, o frio e uma nudez que até no verão persiste. É uma terra árida, altíssima, desconfortável, para poucos, para duros, para quem tem as pernas tonificadas, para quem se arrisca nos glaciares. É um lugar ao mesmo tempo edénico, mas conspurcado pelas ruínas de um certo modo de vida e de uma economia agonizante, cujo golpe de misericórdia há de ser dado pelos anos de chumbo da crise de início do século XXI. Mas a montanha é acima de tudo inexpugnável, de tempos a tempos reclama o que é seu, sobretudo através de tempestades épicas ou de forma surpreendente quando uma avalanche sepulta tudo o que fica no seu caminho. Há outras coisas no livro, há, mas foi isto que ficou, esta frugalidade, esta primordialidade que nada tem a ver com as hordas de turismo, as estâncias elegantes, ou uma moda. É mais uma forma de ser e de estar, é o montanhês, tanto o que vai - na verade, em busca de outras montanhas - como o que fica - agarrado à sua montanha natal.

Depois de ler este livro, só me apetece ir caminhar para a montanha e reacende-se a nostalgia de umas férias em Ordesa, de um trilho até ao Monte perdido, as florestas de árvores colossais derrubadas depois dos invernos agrestes. Este livro - passe o cliché - é sobre o espírito da montanha, uma coisa quase totémica. Quando isto tudo acabar, gostava muito de ir às Dolomitas, já tinha esse sonho, depois deste livro, passou a ser um desígnio. Como diria Caeiro, que presos estamos na cidade. Última recomendação: fiquem atentos à descodificação do título.

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