#21/2021: Antes que o café arrefeça - podia ser mais.
Editorial Presença
184 páginas
Um dos prazeres da vida é, antes das férias, ir à livraria comprar livros. Lembram-se da birra do outro dia? Não devem lembrar-se que têm mais do que fazer do que prestar atenção ao que eu escrevo. Mas, enfim, a verdade é que em véspera de viajar ainda fui à livraria e comprei umas coisinhas, nada daquilo que me parecia querer. Como este ano, arrisquei outra vez a vida a viajar de avião, pensei que precisava de um policial para conseguir suportar a viagem, ou livros fáceis, ou qualquer coisa que eu pegasse e não conseguisse largar. Depois, tomei uns comprimidos e vim amodorrada e não li nada. Mas na bagagem de toda a gente da família vieram livros (cinco para ser mais precisa)já que tenho horror a que eles me faltem.
Um que veio comigo foi este e, assim que o li, tornou-se em mais uma preciosa lição de vida: Manuela Lourenço não se comprar livros que diz que são fenómenos e que tda a gente leu! Não vás atrás dessas euforias. Mas eu fui... e arrependi-me um bocadinho.
O livro é light, mas tem, para mim, o mesmo defeito que sempre encontrei na série A Guerra dos Tronos e que é eu sentir-me manipulada, ou que o autor nã se esforçou muito, ou que é tudo tão previsível, ou que é fácil, porque se pega em temas que o são: um casal separado pela doença, uma mãe e uma filha separadas pela morte, duas irmãs e também a morte... Antes disto, já o Nicholas Sparks tinha esgotado este filão. Logo, fiquei assim a modos que "dinheiro tão aml empregue".
Vamos lá ver uma coisa: há momentos no livro que são bem conseguidos, há ideias bonitas, há referências interessantes. Há, sobretudo o aroma do café. É isso, nesse aspeto o livro é muito sensorial e a figuração do espaço é também enigmática. Quase a mesma sugestãoq ue havia nos livros da Enyd Blyton quando descrevia os lanches dos cinco. Mas é pouco paraum livro. É muito pouco.
Agora não me batam muito, já sabem aquilo que eu defendo sempre, livros não são evangelhos e nem todos professamos a mesma religião. Se alguém tiver lido e quiser vir discordar comigo, eu agradeço, pode sempre ter-me escapada alguma coisa e hoje decerto não foi a veia caústica, porque estou de férias.
Amanhã, venho aqui falar-vos de outro, que podia ser um bocadinho menos...