O amor nos tempos de cólera, Gabriel García Márquez
Editora: Dom Quixote
Páginas: 397
Declaração de interesses: eu amo a escrita de Gabriel García Márquez. Tudo. Tudo. Li dele tudo o que foi publicado em língua portuguesa e nunc ame arrependi e nunca me cansei. É por causa de García Márquez que não amei Isabel Allende. Quem leu, primeiro, Cem Anos de Solidão, quem contacta com o fôlego das frases do mágico, não pode deixar de considerar A casa dos Espíritos um arremedeo. Desculpem, foi isto que ue senti e li muita coisa de Allende, muita mesmo.
Lembrei-me deste livro (note to self, a reler) a propósito dos tempos estranhos que vivemos. Sem querer estragar-vos a surpresa da leitura, há no final do livro uma situação em que a vida imita a literatura e, nessa imitação, oferece-nos uma visão dos tempos de cólera como tempos de amor.
É isso que recordo do livro. O isoalmento, a impossibilidade, o confinamento, como uma trégua da vida, como uma nuvem onde alguém se encerra para viver o amor, finalmente o amor.
Vale a pena ler o livro. Precisamos de lições, de pedagogia para superarmos esta realidade que, numa imagem brutal, o primeiro Ministro hoje metaforizou em tsunami... e a onda ainda está a crescer. Vale a pena estudar a resiliência.
Depois, é Gabrel García Márquez, quase podia ter só colocado a imagem do livro.