O Nome da Rosa, Umberto Eco
Li o Nome da Rosa, de Umberto Eco, quando entrei para a faculdade (parece-me que talvez fosse boa ideia relê-lo). Desde muito jovem, sempre mantive um fascínio pela Idade Média que, explica por exemplo, o verdadeiro culto que tenho pelo romance Os Pilares da Terra, de Ken Follet. O Nome da Rosa leva-nos a esse tempo misterioso, a uma cosmovisão que nos é, primeiro estranha, mas que descobrimos atual e, nos tempos que correm, em que nuvens ameaçadores de um certo obscurantismo nos assombram o céu, acaba por funcionar como uma sacudidela para certos perigos que nos vão sendo apresentados como panaceias.
A ação decorre numa abadia medieval em que uma sucessão de crimes rouba a serenidade e a tranquilidade que deviam existir num mosteiro onde frades se entregam à vida devota. Ora, submerso há um conflito terrível que opõe o desejo de conhecimento (de uma obra antiga e julgada perdida) - alerta livro sobre o poder dos livros - à vontade férrea de o limitar, reconhecendo-se o perigo que a leitura e o conhecimento por ela adquirido podem representar.
É uma intriga absorvente, conduzida de forma inteligente, vestindo o detetive dos policiais modernos com um hábito de monge. Por entre a questão, mas afinal quem é o assassino ?, abordam-se algumas das cismas da Idade Média, nomeadamente as muito pouco santas querelas entre as ordens religiosas.
Está longe de ser uma novidade editorial, mas é um daqueles livros que se recomendam sempre e que um leitor de carreira deve conhecer. A capa da edição que partilho é dos finais dos anos 80 e é a que eu tenho. O Nome da Rosa é daqueles livros que nunca hão de deixar a minha estante. Está nas listas e na minha lista. Tenho saudades deste livro.
Claro que recomendo igualmente o filme, há realizadores que fazem muito bem o seu trabalho e a apatação desta obra ao cinema resulta em outra obra-prima.
Ponham na lista.