Post sem livros lá dentro #2
O lugar é no aeroporto de Lisboa.
É preciso parar um carro, por momentos, para apanhar uma passageiro recém-chegado. Faz-se o que todos nós fazemos. Encostamos um bocadinho.
Meio na faixa de rodagem, meio no passeio está um homem. Há uma quase tangente e um pretexto perfeito para deitar cá para fora aquilo que sem pretexto nunca sairia.
Houve insultos.
O condutor do carro, noutro dia qualquer, talvez tivesse ouvido sem respingar. Talvez tivesse sido educado, talvez tivesse pedido desculpa.
Mas naquele dia não. Voltou-se para o homem enquanto a amiga arrumava a mala no porta bagagens. E respondeu à letra.
Houve altercações.
À falta de argumentos, o homem cuspiu-lhe para o rosto.
O condutor, ainda assim, não se calou. Entrou no carro e rematou que além de estúpido o homem era porco.
Mas tinha perdido.
Nunca devemos discutir com pessoas que só estão à espera de discutir. Tal como se costuma dizer - a frase/pensamento não são meus - é como lutar com um porco na lama. Ao fim de umas horas, percebemos que o porco está a gostar.