Um futuro (negro) apresenta-se hoje
No Brasil, o Congresso, o Planalto, o Supremo Tribunal foram invadidos por hordas - sim, hordas -, de bárbaros, de fundamentalistas que atacaram o coração da democracia brasileira.
Partiram, destruiram, pavonearam-se, rebolaram-se, invadiram, estragaram, alarvemente... e filmaram-se e fizeram selfies, orgulhosos de cederem à barbárie absoluta.
Há anos, quando os fundamentalistas islâmicos destruiram Palmira, ainda podíamos pensar que eram os outros. Quando foi nos EUA, já era tão perto e tão chocante, Hoje foi num país irmão. Os sinais estão todos aí.
A impunidade dos discursos incendiários, as bolhas informativas, as redes sociais, a desinformação, a deliberada propagação de fake news, os extremismos, os radicalismos, trazem-nos até aqui. Sempre que compactuamos com cada alarvidade que se diz, sempre que alinhamos com qualquer discurso preconceitusoso ou intolerante, é para aqui que caminhamos. É um erro pensarmos que cá é diferente, que a Europa está a salvo num mundo cada vez mais global. É um erro pensarmso que é muito longe. É um erro pensarmos que se trata de pessoas mergulhadas na treva. São gente como nós, a viver num país democrático, cuja vontade, expressa no voto, legitima este governo. São pessoas que acreditam na legitimidade do que estão a fazer. Vivemos tempos muito preocupantes e, cada vez mais, é preciso estarmos alerta, querermos saber, perceber, aprofundar, cruzar informação.
Não podemos varrer estes sinais para debaixo do tapete: autocarros de manifestantes, gente organizada para o mal, silêncios suspeitos de quem devia erguer-se a defender a democracia e as insituições que a servem, a cruz usada como arma para derrubar os vidros, a alegria, meu Deus, a alegria com que se perpetuam estes atos. Polícias facilitadores e que se fotografaram a pactuar com os criminosos que deviam barrar.
A comunidade internacional repudia estes atos e Lula da Silva recebe um país doente para governar, um país deliberadamente envenenado para que isto acontecesse. É um cenário extremamente preocupante.
Que o Brasil possa ser salvo, para que todos nós possamos ter esperança.