Um toque no coração II
Há tempos, a Sofia procurou-nos para estagiar connosco.
Aceitamos, normalmente aceitamos quem nos porcura para completar a sua formação. É preciso estar aos serviço da comunidade e contribuir para a formação e o aumento das qualificações da nossa população.
Como estagiária foi marcante a sua delicadeza e a sua gentileza. Foi marcante também a disposição para trabalhar com as crianças.
Quando o estágio terminou, foi despedir-se de mim, no mesmo tom.
Às vezes, cruzamo-nos com pessoas a quem apetece abraçar, a quem apetece manter por perto, tal é a sua aura de gentileza.
A partir daí, em momentos especiais, recebo uma mensagem da Sofia, pelo Natal, por outro pretexto qualquer. São mensagens simples, mas trazem com elas uma brisa de carinho, de reconforto, de calor. Deixam em mim uma forte impressão de gratidão. Saber que, algures, no tempo e no espaço, alguém, desinteressadamente, tem de mim uma memória que me faz merecer esses gestos de humanismo, de uma grandeza invejável, pois quem se dá ssim aos outros é uma inspiração para quem tem o privilégio de merecer essas formas de amor.
Ontem, dia da Mãe, recebi mais uma mensagem da Sofia, a desejar-me um bom dia da Mãe. Mais um gesto bonito, gratuito, que me mereceu este texto. Como testemunho de que podemos manter acesa a fé nas pessoas, os maus não vencem sempre, fazem é mais barulho; como forma de agradecimento, porque me sinto muito humilde perante este gesto; como homenagem à Sofia, por ser especial e espalhar o bem sem esperar nada em troca.
Este texto é para si, Sofia.