Viagens na minha estante #1
A COVIDa obrigou-me a muita coisa - nem todas fáceis - sobretudo no que diz respeito ao meu trabalho (mas não foi disso que eu vim falar aqui), uma delas foi voltar-me para a minha casa, uma espécie de regresso às origens de onde parece que tinha saído há muito tempo. É verdade, descobri que os últimos dez anos pelo menos - não não estou a exagerar - estive como visitant em minha própria casa, vivendo-a e tratando-a como uma espécie de área de serviço, onde vinha ter quando fazia uma pausa na viagem que, juro não saber, não sei onde me anda a levar.
A propósito dessa redescoberta - que passou pela descoberta chocada de que o pó, as teias, o bolor têm tendência a instalar-se - limpei, limpei, tenho limpado. Até que cheguei à estante - uma das - onde guardo os meus livros. E não é que me surpreendi? Ficam a saber que há A rapariga que roubava livros, A mulher que ama livros e a mulher que compra livros - eu! Descobri, quando separei as águas, cerca de sessenta títulos que tenho em casa e que ainda não li. Descobri livros de que gostei tanto, que também separei para reler - ai, ai, as coisas que eu digo, mentindo a mim mesma. Descobri ainda livros que li e que sinto que não li.
Cheia de boas intenções, separei esses livros, coloquei-os num lugar bem visível que passarei a tratar como uma prateleira de uma livraria, dando início, a esse propósito a uma série de posts a que darei o título de Viagens na minha estante, prometendo tirar o pó, as teias e o mofo a estes negligenciados da minha leitura.
Adivinhem o que fiz, depois dessa sessão intensa de limpeza, selecionei 12 títulos para a minha lista de desejos numa livraria virtual. O que é me apetece? Comprar livros!
Não tenho emenda!